F1 - UMA INICIATIVA A SER CONTINUADA E APOIADA

Hoje (11/10/08 - sábado) estive na Newton Paiva para assistir ao primeiro F1 - um ciclo de palestras desenvolvido pela Amadi e foi muito interessante.

O tema desta primeira foi Design Centrado no Usuário e os palestrantes foram - Caio Cesar e Mariana Berutto. Duas palestras muito boas e com bastante conteúdo importante mas com alguns pontos que, neste blog, merece destaque.

Gostaria de abrir uma discussão sobre a relação entre o planejamento e a criação. Algumas questões:

1. Um projeto web pode existir sem uma interface gráfica?
Muito difícil... ou quase impossível

2. O mesmo projeto pode ser feito sem que seja observado os conceitos de design focado no usuário?
Sim, antes disso existir os projetos eram feitos e muitos foram excelentes e são até hoje.

3. Então, baseado nestas duas primeiras questões, pode um planejamento lindo, maravilhoso, perfeito... funcionar corretamente se não tiver uma interface que seja coerente com a imagem da empresa, que esteja dentro do conceito, que tenha uma qualidade mínima que agrade ao público alvo e que consiga transmitir toda a qualidade do planejamento?
A resposta é um uníssono NÃO.... não adianta nada um planejamento maravilhoso sem uma criação que esteja a altura.

Isso tudo significa que as duas coisas precisam andar juntas, o trabalho é em equipe. E sendo em equipe exige que as pessoas se respeitem. Então esta é a crítica que faço. Me senti desrrespeitado ao ouvir um esteriótipo ridículo do "criativo" colocando o "diretor de arte" como um ser mimado, intocável, imaculado, com poder divino e um ego gigantesco.

Muito bem, o próprio tema já diz tudo - DESIGN CENTRADO NO USUÁRIO - se é design talvez seja no mínimo necessário um DESIGNER - ou estou errado?

Quando um designer - daqueles de verdade, que sabe o que está fazendo e porquê está fazendo - inicia um projeto, ele naturalmente passa por etapas de um processo que se assemelha com os conceitos do design centrado no usuário, sabe por quê? Por quê ele está centrado no usuário, só que em design o usuário sempre se chamou CLIENTE. Depois da chegada da internet ele mudou de cliente pra usuário, alias é um termo que eu não gosto muito pelo tom pejorativo que tem e a associação com viciados em drogas.

Muitas vezes este processo está tão natural que costuma ser rápido, e pode até passar a impressão de ser um insight de um Deus da criatividade. Mas isto tem um nome, Metodologia de Criação e é parte importante do curso de design gráfico. Sem contar todos os períodos de Metodologia de projeto, que nos fazem pensar o tempo todo em como e quem vai usar o projeto que estamos desenvolvendo, fazendo isto tantas vezes que com o tempo fica natural.

Então ao ouvir dois profissionais importantes em suas palestras fazerem um esteriótico do designer um criativo mimado, sem conteúdo, egocêntrico e baseado no simples "gostei" é desrrespeitar todos os meus 5 anos na faculdade design, mais 1 ano de pós-graduação em marketing e mais de 10 anos de profissão e uma empresa muito bem sucedida neste mercado nacional.

Eu achei de extremo mal gosto, mesmo que tenha sido com a intenção de fazer uma piadinha engraçada. Este tipo de comentário cria uma separação prejudicial entre a criação e o planejamento, quase que criando uma disputa entre as partes. Onde o mais interessante era que trabalhassem juntas para a elaboração de um projeto ainda mais sensacional.

Eu sempre fui uma pessoa que se preocupou com quem vai usar o projeto e existem alguns pontos importantes a ser levantado.

Um projeto só pode ser julgado bom ou ruim se conhecemos os conceitos pelos quais eles foram criados. E muitas vezes em design, e isto inclui internet e outras interfaces, criamos coisas as para serem fáceis e as vezes para serem difíceis, o importante é conhecer as regras e só assim poder quebra-las.

Eu já criei projetos que eram sistemas complexos e também criei hotsites de moda cuja a intenção principal era chocar o cliente. Mas todos eles com a clara intenção do que estava sendo feito.

Então outra pergunta:
Quando eu fiz projetos complexos, com navegação confusa, com a clara intenção de expor o "usuário" a uma experiência diferenciada, eu estava fazendo design centrado no usuário?

Na minha opinião - SIM -

Gostaria que pensasse e respondesse SIM ou NÃO e explicasse o motivo.